Passamos pelas coisas sem as ver
Eugénio de Andrade
Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.
*
foto: dara.es
Ahora vivo más cerca del sol...
ResponderEliminar(Eugenio de Andrade)
Ahora vivo más cerca del sol, los amigos
no saben el camino: es bueno
ser así de nadie
en las altas ramas, hermano
del canto exento de algún ave
de paso, reflejo de un reflejo,
contemporáneo
de cualquier mirada desprevenida,
solamente este ir y venir con las mareas,
ardor hecho de olvido,
polvo dulce a la flor de la espuma,
eso apenas.
Versión de Aníbal Núñez
(Conocí a Aníbal, y este poema de Andrade me respiga)
Eirene
“Sem duvida a melhor fonte de poesia lusofona online. É um dos meus vicios. Muito obrigada
ResponderEliminarGabi
terça-feira, 12 de Janeiro de 2010 05:23:36 “
Mi desconocida Gabi, se está refiriendo al website: http://www.astormentas.com.
en su propio libro de visitas.
Es la misma web que alimenta de poesía la cabecera de mis blogs, desde su sección “Poema ao acaso”.
Su corazón, su sostén, su voluntad de ser y seguir viva, corresponde a Luís Rodrígues, a quien tengo el honor de conocer personalmente, y cuenta en mí con un amigo que gustaría saber honrar lo que entiendo por amistad si de ella necesitase en algún momento.
El poema que ha ocupado esta entrada, Eirene, es el último que apareció en la cabecera de mi blog como "poema ao acaso", justo inmediatamente antes de editar ésta última entrada. El porqué: la intención del poema y su último verso, mientras reflexionaba sobre mí mismo.
Correspondiendo ahora a tu atención de colgar el poema “Ahora vivo más cerca del sol...”, del mismo autor y traducido al castellano, pego a continuación otro, también suyo, ignoro de cuando es, pero que parece escrito para este momento que vivimos:
É urgente o amor.
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade
Y, dedicados a ti, con el mismo sentido e intención, con que han dirigido estas palabras para Luís, quien hace mucho tiempo no pasa por este blog -con certeza no le sobran razones a él como a cualquier otra persona para no hacerlo-, hago míos dos testimonios también leídos en el libro de visitas de su web.
"Luís, desde que descobri "As Tormentas", não passa um único dia que as não visite e várias vezes! o teu trabalho é absolutamente NOTÁVEL! e generoso. e muito bem feito. estou-te imensamente grata por partilhares esta paixão. tenho descoberto inúmeros poetas e poemas graças a ti. recebe de coração aberto a minha enorme gratidão. Vita
Vita Lains
quinta-feira, 26 de Agosto de 2010 14:37:44 - Lisboa
Oi... Queria registrar que li algumas poesias aqui, e fiquei muito emocionada. Parabéns pelo seu trabalho Luis e não desista nunca. Enquanto houverem pessoas sensíveis e inteligentes no mundo, poderemos ter a certeza de que este tão falado "FIM" não está próximo. Beijos à todos, e um especial e com todo carinho pra você Luis.
Cláudia
quarta-feira, 21 de Julho de 2010 18:52:25 - São Paulo/SP "
Pues eso, Eirene, muchas gracias por tu trabajo, “absolutamente notable y generoso”, como también pienso, al igual que dice Cláudia, que “mientras haya personas sensibles e inteligentes” como tú, no todo está perdido.
Eirene, un abrazo.
bemsalgado
Bemsalgado, todos os teus blogs (mesmo os dormentes) estão desde sempre no meu google reader, e leio quase religiosamente tudo o que surge.
ResponderEliminarApenas acontece estar num momento em que deixei de acreditar em palavras. Ou pelo menos nas que digo. Por isso me tenho calado.
Mas perante o que aqui li, nunca poderia deixar de te vir aqui dar-te um forte abraço e dar vivas à poesia.
Que pelo menos ela nos salve da opressão.
Para Bem y para Luis, esta tarde:
ResponderEliminarSe eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
E se a terra fosse uma cousa para trincar
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se,
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
Con vosotros
Eirene
Vostede, cando escrebe ou transcrebe, sabe perfectamente como alcanzar con pedra a meniña do ollo deste boticario. Mais setembro non é tempo doado para líricas algareiras. Ás veces, o adeus do verán deixa a alma sen folgos.
ResponderEliminarComo diaciamos onte: Súde e saúdos. E apertas...